Fogo Lento
projeto vencedor da bolsa Isabel Alves Costa 2018 Sinopse Foi da vontade de investigar as camadas de histórias dos hábitos culinários do dia-a-dia que surgiu este espectáculo. Há um jantar para ser preparado, há uma mulher italiana e um homem português, há uma mesa e há conceitos como identidade ou tradição que precisam de ser descascados e cozinhados em lume brando para se apurar o seu sentido. Apresentação “Sendo a cozinha um microcosmo da sociedade e uma fonte inesgotável de saberes históricos, é importante que algumas das suas produções sejam consideradas como patrimônio gustativo da sociedade. Por tudo que venham a representar do ponto de vista do original e de criativo, que permitem destacar as identidades locais e regionais, certos pratos podem ser considerados como bens culturais, como lugares de memória, como patrimônio imaterial.” Carlo Roberto Antunes dos Santos. A comida como lugar de historia: as dimensões do gosto. Este trabalho nasce da vontade de investigar as camadas de história e significado que os nossos hábitos quotidianos carregam. Num tempo em que os nacionalismos ganham poder e as pessoas se refugiam em “grupos exclusivos” definidos pela identidade cultural e religiosa, quero investigar os conceitos de “tradição” e “identidade cultural” a partir de algo que faz parte do nosso quotidiano, que nos une e nos orgulha: a culinária. Na nossa sociedade, onde velocidade e aparência dominam, as opiniões formam-se rapidamente, sem refletir. Mas a tradição é cozinhada a fogo lento, ano após ano os pratos tornam-se parte da história e da cultura duma população. Interessa-me trabalhar assim, desvendar lentamente as camadas que os nossos hábitos culinários quotidianos escondem. Vamos viajar do particular ao universal: dum conflito em família ao redor da confeção dum jantar, até os significados e as memorias mais antigas que este conflito contém. Quero reviver eventos da história de Portugal e Itália, que inevitavelmente se cruzam com a história e a cultura da Europa e de muitos outros países, para procurar a origem dos nossos hábitos mais comuns. Quero baralhar e baralhar-nos, questionar o que achamos seguro e assumido, confirmar ou desvendar lugares comuns. Direção artística: Costanza Givone Apoio dramaturgico e pesquisa: Raquel S. Cocriação e interpretação: Costanza Givone e Ricardo Vaz Trindade Desenho de luz e direção técnica: Francisco Campos Produção executiva: Susana Paixão Vídeo: João Vladimiro Foto: Susana Neves carpintaria: Armindo Sá Uma coprodução FIMP, Comedias do Minho, Teatro municipal do Porto Agradecimentos: José e Dorinda Pinheiro, Ivone e Joep Ingen Housz (Quinta das Águias), Ana Maria (restaurante O Encontro) e Agostinho Correia (Grão-mestre da Confraria da Foda), Cândido e Lucinda Malheiro, Olívia e António Gonçalves, Fernanda e José Esteves (Associação de Verdoejo), André Fernandes, Nuno Lucena e turma de 12o ano do curso de Realização Plástica do Espectáculo da Escola Secundária Artística Soares dos Reis, Circolando, João Vladimiro, Maria José Passos da Costa, Maria de Lourdes Brandão Rodrigues dos Santos, MissOpo, Paula Lopes. |
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